Opinião sobre o filme de Os Cavaleiros do Zodíaco

Atravessei a cidade para pegar a última sessão de Estreia do filme Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário no Brasil. Um aviso a quem ainda não viu: tomem cuidado.

O filme dividiu opiniões na sala. Os fãs saíram criticando e zoando as invenções da Toei. De fato, foram muitas. Por isso, é preciso ir para a sessão com a cabeça muito, mas muito aberta mesmo. Tão aberta quanto a da equipe responsável pela animação.

O enredo, como já é conhecido, aborda a subida dos Cavaleiros de Bronze às 12 Casas do Zodíaco. Talvez tenha sido audacioso demais a Toei mexer em uma saga tão lembrada e querida pelos fãs e não criar algo novo, como uma continuação de Prólogo do Céu ou a animação de Next Dimension, após a Saga de Hades.

Por ser uma parte da história muito especial para os fãs, as críticas são inevitáveis. E são muitas. A Toei precisa tomar cuidado para uma superprodução que mexe com a nostalgia das pessoas não se tornar um tiro no pé.

Do ponto de vista técnico, japoneses e brasileiros foram impecáveis. Os gráficos das lutas impressionam (mesmo em 2D). O poder dos cavaleiros ficou mais evidente. A dublagem está perfeita. Até as novas vozes estão muito boas. Destaque para José Carlos Guerra como Tatsume e Mauro Castro como Camus (em alguns momentos, lembrou o saudoso Valter Borges Dos Santos, arrepiou).

Mas o que pega mesmo é a história. Como o filme resume uns 40 capítulos da série, é compreensível que haja cortes, enxugamentos e síntese. A Toei foi feliz ao amarrar bem a história, apesar de ter fugido do anime em vários momentos.

Mas, repito: tomem cuidado. A Toei incluiu alguns elementos completamente fora do contexto da série original. (SPOILER: cuidado com a Casa de Touro e, principalmente, a Casa de Câncer. Muito, mas muito cuidado mesmo!!)

O filme mescla momentos empolgantes, WTF, zoeiros e vergonha alheia.

Não assistam ao filme se pensam que é uma reprodução da história original.

Assistam se estão dispostos a encarar uma roupagem nova de uma saga já conhecida.

E nada, absolutamente NADA substitui o trabalho criado em 1986 e trazido para cá em 1994. Nenhuma computação gráfica substitui o talento de Shingo Araki e Michi Himeno. O filme não vai apagar o que já foi feito, foi criado para arrecadar bilheteria e vender (ainda mais) bonecos.

Texto por Paulo Pacheco, via Facebook

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