35 anos do Live Aid, o maior show de rock do universo


Pessoal do LSH, um dos maiores shows de rock do universo completa hoje 35 anos. No dia 13 de Julho de 1985, aconteceu o antológico "Live Aid", um mega evento organizado por Bob Geldof e Midge Ure com o objetivo de arrecadar fundos a fim de acabar com a fome na Etiópia. Os concertos foram realizados no Wembley Stadium em Londres e no John F. Kennedy Stadium na Filadélfia.

Alguns artistas apresentaram-se também em Sydney, Moscou e no Japão. Foi uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e de televisão de todos os tempos, e estima-se que quase dois bilhões de espectadores, em mais de 100 países tenham assistido a apresentação ao vivo.

O concerto foi concebido como a continuação de outro projeto de Geldof e Ure, o bem-sucedido compacto "Do They Know It's Christmas?", gravado por uma conjunção de músicos britânicos e irlandeses sob o nome "Band Aid". A participação do promotor de eventos musicais Harvey Goldsmith foi primordial para transformar os planos de Geldof e Ure em realidade, e o evento foi crescendo e ganhando visibilidade enquanto vários artistas ingleses e norte-americanos concordavam em participar. Quanto ao montante final arrecadado, superou em muito as expectativas iniciais de 1 milhão de libras: estima-se que tenha ultrapassado os 150 milhões de libras (aproximadamente 283,6 milhões de dólares). Em reconhecimento a seus esforços, Geldof seria posteriormente condecorado com a ordem de "Cavaleiro do Império Britânico".

O concerto começou às 12 horas (horário local) em Wembley, Inglaterra, e continuou no JFK Stadium (nos Estados Unidos) às 13:51. As apresentações no Reino Unido terminaram às 22:00, enquanto que no JFK a conclusão deu-se às 04:05 da madrugada. Conclui-se então que o concerto teve 16 horas, mas uma vez que as apresentações de muitos artistas aconteceram simultaneamente no Wembley e no JFK, a soma final é bem maior.

Nenhum concerto antes havia reunido tantos artistas famosos do passado e do presente (cujos nomes estão listados abaixo). Entretanto, à última hora, alguns músicos já anunciados acabaram não aparecendo, como Tears For Fears, Julian Lennon e Cat Stevens, enquanto Prince mandou em seu lugar um videoclipe da canção "4 The Tears In Your Eyes". Stevens compôs uma canção especialmente para o evento, que nunca chegou a apresentar - se o tivesse feito, seria seu primeiro concerto público após sua conversão ao islamismo. o Deep Purple também deveria se reunir para o evento, mas Ritchie Blackmore recusou-se a participar.

Mick Jagger pretendia originalmente se apresentar nos EUA num dueto intercontinental com David Bowie em Londres, mas problemas de sincronismo impossibilitaram a tarefa. Ao invés disso, Jagger e Bowie criaram um videoclipe da canção que apresentariam juntos, uma versão de "Dancing In The Street". Jagger ainda se apresentou com Tina Turner na seção estadunidense do concerto.

Ambos os eventos principais do concerto terminaram com seus respectivos hinos antifome, o "Do They Know It's Christmas?" da Band Aid no Reino Unido e "We Are The World" do USA For Africa fechando o show nos EUA. Desde então vários discos e vídeos piratas com os concertos do Live Aid têm circulado livremente. O evento nunca foi planejado para ser lançado comercialmente, mas em novembro de 2004 a Warner Music Group lançou um DVD quádruplo do concerto para tentar dar um fim à pirataria.

A banda Queen abriu seu show com "Bohemian Rhapsody" sob intensa ovação, e os maneirismos do vocalista Freddie Mercury levaram toda a plateia no Wembley a bater palmas em uníssono durante Radio Ga Ga e a cantar junto, verso por verso, We Will Rock You e We Are The Champions. A apresentação da banda acabaria sendo eleita em uma enquete como o "Melhor Show Ao Vivo" já realizado. Outro momento que chamou a atenção do público foi quando David Bowie apresentou a canção Heroes, a dedicou ao seu filho e também "a todos os nossos filhos, e aos filhos do mundo".

Phil Collins se apresentou tanto no Wembley quanto no JFK, utilizando um Concorde para viajar de Londres à Filadélfia. Além de seu próprio set, ele também se apresentou como baterista de Eric Clapton e do Led Zeppelin no JFK. Durante o vôo, Phil se encontrou com a cantora Cher, que não estava sabendo sobre os shows. Ela pode ser vista se apresentando nos EUA com o USA For Africa na conclusão do concerto na Filadélfia. A performance do U2 estabilizou a banda como um dos grupos ao vivo de mais destaque de sua geração - algo que mais tarde os transformaria em superastros. Bono Vox pulou do palco para dançar com uma garota, e por causa disso a banda deixou de tocar uma das três músicas que originalmente iriam apresentar. Em julho de 2005, a garota que dançou com ele revelou que na verdade Bono salvou sua vida. Ela estava sendo esmagada pela multidão que se aglomerava na frente do palco. O vocalista gesticulou freneticamente para que os seguranças a ajudassem, mas eles não entenderam, então Bono pulou do palco para ajudá-la. A cena pode ser vista no DVD do concerto, durante a canção Bad.

Quando a corda da guitarra de Bob Dylan se partiu, Ron Wood tirou sua própria guitarra e a ofereceu a Dylan. Wood ficou parado no palco sem instrumento, e depois de animar a plateia começou a tocar air guitar, inclusive imitando Pete Townshend ao girar seu braço em círculos, até que um assistente de palco lhe trouxe uma outra guitarra. Embora este momento não tenha sido incluído no DVD, a apresentação foi, com imagens que mostram apenas Keith Richards.

O show em JFK apresentou reuniões dos integrantes do Crosby, Stills, Nash & Young e também do Led Zeppelin. Teddy Pendergrass fez sua primeira aparição pública depois de um acidente automobilístico que o deixou paralítico. Pendergrass, juntamente com Ashford & Simpson, tocou "Reach Out And Touch".

O concerto foi a transmissão televisiva por satélite mais ambiciosa já tentada até então. Na Europa o sinal foi transmitido pela BBC, apresentado por Richard Skinner e Andy Kershaw e trazendo várias entrevistas e reportagens entre os shows. O sinal da BBC foi transmitido em mono, mas o sinal da BBC Radio 1 saiu em estéreo e em sincronia com as imagens da TV. Devido às constantes atividades tanto em Londres quanto na Filadélfia, os produtores da BBC omitiram a performance de Crosby, Stills, Nash & Young de sua exibição.

Vários canais da Europa retransmitiram o evento a partir do sinal da BBC. A ABC foi a principal responsável pela transmissão nos EUA (embora a própria ABC só tenha exibido as últimas três horas do evento, apresentadas por Dick Clark, com o resto sendo mostrada em parceria com a Orbis Communications). Uma transmissão simultânea em separado foi exibida em estéreo pelo canal a cabo MTV, mas uma vez que existiam poucos aparelhos de TV desse tipo na época e a maioria dos canais de TV não tinham sinal estéreo, grande parte do público assistiu mesmo foi a versão em mono. Enquanto a transmissão da BBC foi ininterrupta, tanto a MTV quanto a ABC incluíram comerciais entre os shows, cortando muitas das sequências do concerto.

Em certo ponto da concerto o apresentador Billy Conolly anunciou que acabara de ser informado que 95% dos aparelhos de TV em todo o mundo estavam sintonizados no evento. Em 1995 o canal VH1 e o MuchMusic transmitiram uma versão editada do Live Aid em seu 10º aniversário. Em 19 de novembro de 2005 a transmissão original completa da BBC foi exibida em streaming pela internet através de um site não-oficial.

Depois do Live Aid, o dia 13 de Julho passou a ser celebrado anualmente como "Dia Mundial do Rock" cuja data só é comemorada no Brasil. Ela começou a ser celebrada em meados dos anos 1990, quando duas rádios paulistanas dedicadas ao rock - 89 FM e 97 FM - começaram a mencionar a data em sua programação. A celebração foi amplamente aceita pelos ouvintes e, em poucos anos, passou a ser popular em todo o país. Entretanto, essa data é completamente ignorada em todo o resto do mundo.

Fonte: Wikipedia

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