TERCEIRINHA DO LSH: Há 25 anos, a irreverência deu lugar à tristeza


Pessoal do LSH, há exatos 25 anos, em 02/03/1996, os Mamonas Assassinas voltavam de um concerto em Brasília e deveriam viajar para Portugal, naquela que seria sua primeira tour internacional, mas devido a uma falha na rota, o avião mudou o curso inesperadamente e os cinco integrantes da banda morreram na hora, interrompendo de forma abrupta a trajetória de uma das maiores bandas de sucesso dos anos 1990.

A banda formada por Dinho (vocal), Bento Hinoto (guitarra), Júlio Rasec (teclado) e os irmãos Sérgio e Samuel (bateria e baixo) surgiu originalmente sob o nome Utopia. Investiam em canções voltadas para o rock e em seus shows tocavam covers de bandas nacionais dos anos 80. Conseguiram gravar um álbum, intitulado de “A Fórmula do Sucesso”, com uma tiragem de 1000 unidades, das quais venderam aproximadamente 100.

No entanto, não se deixaram abalar. Tudo mudou quando Dinho pediu ao produtor para usar o estúdio de madrugada, queria gravar umas músicas de brincadeira, para zoar com uns amigos em um churrasco. As músicas em questão eram Pelados em Santos e Robocop Gay.

Esse foi o ponto decisivo para a banda. Rick Bonadio, produtor musical, ouviu as músicas e ficou maravilhado. Aconselhou a banda a investir nesse estilo, mas avisou “o nome da banda tem que mudar”, ao que a banda respondeu: “pô, mas nós já somos muito conhecidos!”.

Mandaram as duas músicas demos para várias gravadoras e assinaram contrato com a EMI, que pedia pelo menos 12 músicas para lançar o primeiro álbum. A banda afirmou que já tinha pelo menos 7 músicas prontas (na verdade só tinham duas), e a gravadora deu a eles uma semana para terminarem as outras.Por fim, o álbum saiu com 14 músicas. Todas, sem exceção, estouraram, fazendo assim o Brasil conhecer de vez o fenômeno Mamonas Assassinas. E o grande motivo para seu sucesso era o estilo diferente de tudo o que já havia sido visto.

Suas músicas misturavam vários gêneros: pop rock, brega, forró, sertanejo, pagode e heavy metal. E apesar de parecer uma bagunça, não faziam isso ao completo acaso, eles possuíam conhecimento musical e conseguiram juntar tudo isso de maneira funcional através de sua criatividade e técnica. E mesmo que as músicas fossem em si piadas, recebiam referências vindas de todos os lados, nacionais e internacionais (como Beatles, The Clash ou Belchior). Traziam a herança de músicas de décadas anteriores, assim como de toda a cultura brasileira.

Os Mamonas subiam no palco usando fantasias, ou só de cuecas, e misturavam tudo, desde super heróis à animais e prisioneiros. Tudo isso junto com a personalidade e a presença de palco dos artistas. Assim traziam um pequeno caos, onde tudo era uma bagunça vinda do talento e carisma daqueles cinco caras, que estavam genuinamente aproveitando um sonho que se tornava realidade.

Toda a banda estava em seu jatinho, que voltava de um show em Brasília, quando a 10km do aeroporto de Guarulhos, no dia 02 de março de 1996, o avião se chocou na Serra da Cantareira, matando todos os tripulantes. No dia seguinte eles iriam para Portugal, começar sua carreira internacional. E apesar de sua morte, os Mamonas Assassinas se eternizaram na história do país e nos corações de seus fãs. Desde então o Brasil nunca viu algo igual ao fenômeno que foram os Mamonas.

Eles venderam 2 milhões de discos e apesar de terem se passado 25 anos, ainda ouvimos suas músicas serem tocadas em festas, churrascos ou mesmo nos fones de ouvidos Brasil afora. Por fim, ficamos com a lembrança de Dinho sentado no palco do Ginásio Thomeuzão, em Guarulhos, o lugar que um dia recusou a banda Utopia e afirmou que eles nunca fariam sucesso, nos ensinando a nunca desistir de nossos sonhos.

Os Mamonas Assassinas vieram do nada, carregados de pura zoeira e alegria, ficaram pouco, mas fizeram história. Quebraram estigmas e detonaram o tradicional. E deixaram um legado que viverá eternamente, viajando dentro de uma brasília amarela.

Fonte: MSN Notícias, TVI e Otageek

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