TERCEIRINHA DO LSH: Eleiçao de Castillo pode colocar Keiko Fujimori de volta ao Xilindró?

Pessoal do LSH, as eleições no Peru podem ser marcadas pelo épico fracasso de Keiko Fujimori, que corre sério risco de acabar atrás das grades caso não consiga se eleger presidente. E vai pagar caro, pois o esquerdista Pedro Castillo lidera a disputa com 50,26% enquanto a direitista Keiko Fujimori tem apenas 49,73%. As eleições seguem indefinidas no Peru. Com mais de 96% votos contabilizados, os peruanos ainda não têm certeza de quem será o próximo presidente eleito.

Fujimori declarou na noite de segunda-feira (7), que acredita que uma fraude eleitoral tenha ocorrido nas áreas rurais do país, onde Castillo tem mais apoio. O Peru Libre, partido do candidato esquerdista, negou as acusações. A pesquisa de boca de urna divulgada no domingo (6) indicava uma vitória apertada de Keiko Fujimori, mas de nada iria adiantar por que votos dos peruanos que moram no exterior devem ser fundamentais para decidir a eleição. Cerca de um milhão de peruanos que moram fora do país estão aptos a votar.

Vale lembrar que Keiko passou 13 meses presa na Santa Mónica após a investigação de um promotor, acusada de lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Longe de suas duas filhas e de seu marido, um ítalo-americano chamado Mark Vito Villanela com tendência ao melodrama fez uma greve de fome no portão da prisão. Esta é a terceira disputa presidencial da filha de Fujimori, que tenta ser a primeira mulher a presidir o Peru. Na eleição de 2016, ela perdeu para o banqueiro Pedro Paulo Kuczynski por 50,12% a 49,88% e não reconheceu a derrota. Com o segundo turno definido, ela afiou o discurso do temor de que o Peru pode "virar uma Venezuela" com Castillo, discurso teve muito eco nas cidades mais ricas, principalmente Lima.

Na reta final da campanha e por instigação do patriarca do clã, reconciliou-se com seu irmão mais novo, Kenji Fujimori, de quem havia se distanciado por diferenças políticas há quatro anos, mas o MP, que se prepara para levá-la a julgamento, anunciou no dia 11 de março que pedirá 30 anos de prisão pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro e obstrução da justiça, entre outros. Se conquistar a presidência, terá imunidade e só poderá ser julgada após o término de seu mandato de cinco anos, e além disso, se ela for eleita vai perdoar o ex-presidente de 82 anos. Apesar de sua condenação, muitos peruanos admiram Alberto Fujimori por ter derrotado a guerrilha maoísta Sendero Luminoso e a guevarista MRTA, além de ter contido a hiperinflação herdada do ex-presidente Alan García. Mas se perder a eleição, a primogênita do ex-presidente Alberto Fujimori será levada a julgamento e corre o risco de ir para a cadeia.

Vamos aguardar o resultado nas urnas para saber qual vai ser o "Capítulo Final" dessa novela mexicana, ou melhor, peruana.

FONTE: BandEl PaísG1Estado de Minas

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