FIM DE UMA ERA: Possíveis prejuízos com o fim do Canal Viva
Nesta semana, foi anunciado que o Canal Viva será renomeado para Globoplay Novelas no próximo dia 09 de Junho, e toda a programação do canal será composto apenas por novelas, ou seja, as reprises de séries e programas da Globo deixarão a grade. E esse é apenas o presságio do que está por vir. Confira agora uma lista de possíveis prejuízos que teremos com o fim do Canal Viva.
O canal surgiu em 18 de maio de 2010, tendo como princípio, dedicar sua programação a programas de televisão, novelas e toda e qualquer produção exibida originalmente na TV Globo. A grade de programação, na época da inauguração, era composta por reprises de novelas e outros programas do arquivo da TV Globo, como por exemplo: "Domingão do Faustão", "Vídeo Show", "Mais Você" e "Zorra Total".
A decisão da Globo de substituir o Canal VIVA por Globoplay Novelas representa um movimento estratégico arriscado, e pode acarretar alguns prejuízos e desafios importantes, apesar de possíveis ganhos em integração de marca: O VIVA tinha uma marca muito forte, com uma identidade nostálgica consolidada entre espectadores mais velhos e fãs de novelas clássicas. Muitos associam o VIVA à curadoria de grandes sucessos da TV Globo, o que pode não ser replicado automaticamente com a nova identidade.
A troca de nome pode confundir ou afastar um público fiel, especialmente o que não está tão conectado ao digital ou ao próprio Globoplay em si. Toda grande mudança de marca tende a causar uma quebra temporária na audiência enquanto o público se adapta, ainda mais o VIVA que é líder de audiência na TV paga. Caso o conteúdo não se diferencie claramente do Globoplay, o canal pode perder relevância como opção de TV paga.
O Canal VIVA era uma das marcas mais valiosas da TV por assinatura, com forte presença publicitária e de engajamento nas redes sociais. O rebranding pode levar à desvalorização de uma marca querida sem garantir o mesmo valor percebido pela nova. Se o canal linear (Globoplay Novelas) passar a exibir muitos conteúdos que já estão no streaming, pode haver uma canibalização entre os produtos, diminuindo a exclusividade do Globoplay.
Mudanças drásticas sem diálogo com o público costumam gerar críticas na imprensa especializada e nas redes sociais. A substituição pode ser vista como uma homogeneização da marca Globo, reduzindo a diversidade de identidades que a empresa já oferecia. Agora lançar Guerreiros do Sol diretamente no Globoplay Novelas, sem divulgação e sem exibição na TV aberta como foi o caso de Todas As Flores, traz à Globo prejuízos e riscos relevantes, tanto financeiros quanto estratégicos.
A TV aberta da Globo tem alcance nacional massivo e gratuito, o que garante ampla exposição a qualquer novela exibida. Lançar direto no Globoplay Novelas) limita severamente o público, excluindo milhões de brasileiros que não têm acesso à plataforma ou à TV por assinatura. Novelas inéditas costumam gerar debate nas redes sociais e repercussão espontânea quando estão na Globo aberta, sendo ruins ou boas. Fora dela, o impacto cultural é muito menor. A novela corre o risco de se tornar invisível ao grande público, mesmo que tenha qualidade.
Como Guerreiros do Sol está pronta desde 2023, houve um investimento significativo em produção. Sem o respaldo da TV aberta (que ajuda a monetizar via publicidade), o retorno financeiro direto pode ser limitado ao número de assinantes, o que dificilmente cobre o investimento total de forma eficiente. A novela pode ter elenco forte, autores renomados, boa produção, mas tudo isso fica restrito a um público nichado no streaming. Isso pode até impactar o prestígio e a carreira de artistas envolvidos, caso o projeto não tenha o retorno esperado.
Se a Globo não acabar adiando pela milésima vez, a exibição de Guerreiros do Sol pode ocorrer em 2026 na TV aberta.
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